Imigração, contribuindo para o desenvolvimento do Brasil

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COSMÓPOLIS – Prédio histórico e cultural dos imigrantes alemães, conhecido como Escola Alemã, foi construído na década de 1920.

A contribuição dos imigrantes ao desenvolvimento do Brasil foi enorme e fundamental. Desde a chegada dos primeiros africanos até a imensa leva de imigrantes europeus no século XIX, a sociedade brasileira foi tomando forma e delineando suas características únicas.

O interior do Estado de São Paulo, principalmente a região de Campinas, foi o maior produtor de café do mundo. Suas fazendas tiveram nos negros, oriundos do continente africano, a mão de obra escrava e, após a abolição da escravatura, o governo federal estimulou a vinda de europeus, principalmente italianos, espanhóis, alemães, além dos japoneses, com contratos que asseguravam trabalho nas fazendas produtoras do “ouro verde”.

Ao desembarcarem em terras brasileiras e se registrarem nas casas de imigração, esses imigrantes eram conduzidos diretamente para o interior.  Os custos da viagem desde seus países até as fazendas eram subsidiados pelo governo brasileiro e pelo governo do país de origem. Porém, nem tudo ocorreu como planejado, pois muitos proprietários de fazendas não estavam habituados a trabalhar com pessoas livres e remuneradas. Além disso, o clima e as doenças tropicais foram problemas marcantes na adaptação desses novos trabalhadores.

Crise do café

Quando a crise do café chegou e seus proprietários, em sua maioria, faliram ou investiram em outros segmentos econômicos, muitos imigrantes puderam comprar parte das terras para assim colocar em prática o cultivo de suas antigas culturas; no caso dos italianos, a videira, e dos japoneses, a batata. Além da economia, esses imigrantes agregaram valores à formação da sociedade brasileira, nos hábitos alimentares, no vocabulário, na arte em todas as suas vertentes, no esporte e na indústria.

Em pouco tempo, houve total integração desses imigrantes e seus descendentes ao conjunto social brasileiro. Entre as décadas de 1950 e 1990, os grandes centros urbanos davam mais oportunidades de trabalho e de educação superior aos jovens e, com isso, muitos deles se desvincularam do trabalho ancestral de seus familiares. Porém, hoje é notório que esse fluxo se inverteu e muitos descendentes desses imigrantes se dedicam, se instruem, resgatam e somam novos valores aos antigos costumes de seus antepassados.

JUNDIAÍ – Família Brunholi.

A agricultura de subsistência deu lugar a um comércio local, mais tarde regional, nacional e internacional. Tanto é que, dentre as cidades que compõem o Corredor Dom Pedro, muitas fazem parte do agora denominado Circuito das Frutas, como Atibaia, Jundiaí, Louveira, Jarinu e Valinhos. Aqui, a produção de uva, vinho, pêssego, morango, entre outras, está na rota de exportação.

Por essa valorização e esse resgate cultural, hoje podemos desfrutar de toda a cultura desses que trouxeram para cá seus sonhos e suas expectativas de dias melhores.