A Basílica Nossa Senhora do Carmo tem uma linda história de devoção em tempos remotos e repletos de incertezas que consolou um povoado devoto de apenas 350 pessoas.
Francisco Barreto Leme do Prado, fundador da cidade de Campinas, construiu, em 1773, uma capela no antigo Caminho dos Goiases, dedicada à Nossa Senhora da Conceição. A edificação seguiu igual a outras construções da época: de taipa de pilão.
Em 1940, a capela foi demolida e no lugar foi erguida a Basílica Nossa Senhora do Carmo.
Interior
Em estilo neogótico, seu interior é ricamente revestido de mármore com trabalhos do artista plástico Lélio Coluccini. Seu órgão, datado de 1953, foi confeccionado pela Giovani Tamburini, com 1335 tubos. Já a imagem de Nossa Senhora do Carmo é oriunda de Barcelona, feita em 1871, e trazida para cá em 1904. Outra imagem significativa é a da Nossa Senhora dos Remédios que foi colocada na Basílica na esperança da Santa acabar com o surto de febre amarela que assolou a cidade em fins do século XIX.
Marco histórico
A Basílica de Nossa Senhora do Carmo não é apenas um templo católico, ela representa o início da cidade. Foi exatamente nesse ponto, que foi erguida a capela que abrigaria toda a fé dos seus primeiros moradores. Foi a partir daqui que esse mesmo povoado se expandiu, tornando-se vila, mais tarde, cidade e hoje, região metropolitana. Não por acaso, é neste local que está enterrado o fundador da cidade, Francisco Barreto Leme do Prado. Aqui foram batizados Campos Salles, Júlio de Mesquita, Carlos Gomes, Francisco Glicério, entre outros vultos históricos que transformaram o Brasil. E por carregar tanta história, a Basílica foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas – CDCC, em 2003.
Quando entramos em um templo católico no Brasil, não entramos apenas em uma edificação erguida em devoção a algum santo. Entramos em um local que por séculos foi o porto seguro de muitos colonos que desbravaram terras desconhecidas e perigosas. Pessoas que se prontificaram a povoar um lugar e, pela dificuldade de ligações externas, viviam em completa solidão, tendo apenas seus poucos vizinhos e uma capela para consolar suas dores e projetar um futuro próspero. Conservar esses templos é valorizar todo o processo evolutivo da sociedade brasileira que com apenas pedra, madeira e barro deram um significado ao Brasil.
Onde: Praça Bento Quirino, s/n° – Centro.