Solar Gomes Leitão

Solar Gomes Leitão
Solar Gomes LeitãoFoto Márcio Masulino

O Solar Gomes Leitão em Jacareí é uma edificação que retrata o poder econômico do Ciclo do Café no Vale do Paraíba. Mas antes de falar sobre o Solar, vamos conhecer mais sobre seu dono.

João da Costa Gomes Leitão

Gomes Leitão nasceu em Balazar, Portugal, em 1805. Não se sabe ao certo em que ano o então alferes mudou para o Brasil. Aqui, trabalhou como tropeiro, com a carga de grãos de café.  Depois se estabeleceu em Jacareí, casou-se com Dinah Maria Conceição, sobrinha do primeiro Barão de Jacareí.

A partir daí foi vereador, inspetor de obras, delegado, juiz e passou a fazer empréstimos aos cafeicultores da região, tornando-se um dos homens mais ricos do Vale do Ribeira. Em hipotecas vencidas, recebia as fazendas e os escravos dos devedores, nos tempos da década de 1860. Com isso, foi considerado o maior comerciante de cativos da região, mesmo com a proibição pela Lei Eusébio de Queiróz, promulgada em 1850. Para escoar a produção de café produzida na região, financiou parte da Estrada de Ferro do Norte, que ligava a cidade de São Paulo até a Estrada de Ferro Dom Pedro II, hoje, Central do Brasil, no Rio de Janeiro.  

Gomes Leitão era tão poderoso que fez a façanha, com mão de obra escrava e em uma noite, de transpor em 400 metros o rio Paraíba do Sul para a irrigação de algumas fazendas de sua propriedade, contrariando o então Barão de Jacareí, que possuía um palácio às margens do rio.

Gomes Leitão tinha seu lado caridoso e doou dinheiro para a construção da Santa Casa de Misericórdia na cidade e construiu a capela no interior do hospital, além de dar ajuda aos que necessitavam.

Depois de um provável derrame e suas sequelas, Leitão tentou um frustrado suicídio, em 1872, o que piorou ainda mais sua saúde. No ano seguinte, libertou alguns escravos. Em 1879, faleceu e deixou ainda mais de trezentos escravos como herança, além de terras e o Solar Gomes Leitão.

O Solar

Foto Ken Chu

O Solar Gomes Leitão foi construído no ano de 1857, erguido em taipa de pilão e pau-a-pique, com arquitetura típica da época, que mistura o colonial com o neoclássico. Suas paredes internas são ricamente decoradas com desenhos artísticos. Foi tombado pelo Condephaat em 1978. Entre os anos de 1895 e 1970 o Solar foi a sede do Grupo Escolar Coronel Carlos Porto. Atualmente, abriga o Museu de Antropologia do Vale do Paraíba.

Onde: Rua XV de Novembro, 143 – Centro – Jacareí.