Voo Livre em Atibaia, praticado desde a década de 70

Pedra Grande, Atibaia – Fotos Márcio Masulino

A prática do Voo Livre em Atibaia começou na década de 70. Seguindo a tendência que vinha do Rio de Janeiro,
onde a modalidade já era muito popular, o esporte foi tomando corpo e ganhando novos adeptos. A localização de
Atibaia, com fácil acesso pelo entroncamento das rodovias em que se encontra, contribuiu para que a cidade fosse
procurada pelos amantes do esporte. Somado a isso, condições climáticas e térmicas ideais, relevo que oferece
áreas para aprendizado e treinamento, e a maior rampa natural do mundo, a cidade desenvolveu a equação perfeita
para que o Voo Livre fosse o grande destaque local.

O Clube Atibaiense de Voo Livre, fundado no final da década de 70 é um dos mais antigos do Brasil. Com
mais de 200 associados, o Clube organizou o esporte e trabalha para que a gestão burocrática, envolvendo
não somente a legislação de licenças para voos, mas também a questão ambiental, estejam de acordo com
as exigências vigentes.

A cidade se consolidou no cenário nacional e mundial do Voo Livre. Amantes do esporte que estão na Grande
São Paulo, na Região Bragantina, nos arredores de Campinas ou no Vale do Paraíba podem chegar aqui e voar, de
segunda a segunda, o ano todo.

É o que pode ser observado por quem está atento aos céus. Mesmo durante a semana, moradores acompanham o movimento na Pedra Grande, maior mirante da cidade. A montanha que abriga uma das maiores rampas naturais do mundo é o ponto de partida para quem deseja alçar voo. Isso mesmo, enquanto muitos estão na sua rotina de trabalho, na correria das tarefas inacabáveis do dia a dia, outros, mais privilegiados, podem desfrutar de um momento único em contato com a natureza.
O avanço tecnológico dos equipamentos para Voo Livre tornou o Parapente ou Paraglider (pode ser só glider também) a versão mais praticada no esporte. A praticidade do transporte, quando comparado à Asa Delta, faz do Voo glider o mais comum. A visão de quem assiste de longe também agrada, e o público que se reúne no campo do pouso, que fica dentro da cidade, anima a descida
dos voadores.

Desde década de 70, quando tudo começou, até os dias de hoje, o Voo Livre continua libertando, dando asas aos mais ousados e trazendo para Atibaia um público cativo. Muitos voadores de renome no Brasil e no exterior passaram e continuam passando pela cidade. A imensidão territorial da Pedra Grande facilitou a realização de vários campeonatos e torneios, comportando um público
grande e fazendo a vida do esporte rodar.

Um fator interessante do Voo Livre é que o esporte atrai não somente o voador, mas também os espectadores. É preciso companhia para voar, pelo menos uma alma caridosa que possa fazer o “resgate”. Pode ser um grupo de apoio, geralmente familiares e amigos, que, depois do resgate, seguirão juntos, em terra firme, para um “happy hour” na cidade.
Segundo um dos primeiros voadores da cidade, o advogado Álvaro Vulcano Jr., além de receber muitos atletas de renome nacional, Atibaia também formou muita gente boa, da própria cidade. Muitos atuam como instrutores até hoje e já estão em ação há mais de 20 anos. Alguns exemplos de voadores atibaianos são Fernando Musa, Roosevelt Brisante, Ica, Alê Geragi, entre outros. Além
disso, há todo o corpo diretivo do CAVL (Clube Atibaiense de Voo Livre), que pode oferecer mais dados e outros exemplos sobre os atletas em ação. O site do Clube disponibiliza informações e contatos para quem se interessa pelo esporte.

A vocação para voar é confirmada a cada ano em Atibaia. Mesmo com o desenvolvimento da cidade na esfera corporativa, o Voo Livre ainda lidera o motivo pelo qual mais de mil visitantes por mês buscam Atibaia como destino.
É, sem dúvida, um esporte que promove o lazer, o convívio social e que ajuda a divulgar a mensagem da preservação, já que cada voador é, em essência, consciente da questão ambiental, afinal, a maior motivação para voar é poder observar belas paisagens, e não chão concretado e arranha-céus.

Voadores

“Na década de 70, quando o Voo Livre começou a tomar corpo em Atibaia, tive o prazer de estar entre os primeiros
a voar no Brasil e ser o primeiro atibano a praticar esse esporte. Fui instrutor por mais de 20 anos e pude conviver com pilotos de todo país, e de fora. São tantas histórias e lembranças dessa época. Lembro quando realizamos o primeiro campeonato em Atibaia. Foi um grande evento e havia poucos praticantes do esporte no Brasil.

Lembro-me que tinha até um helicóptero da FAB no pouso, fez umas evoluções na festa enquanto nos preparávamos para subir de caminhão com as asas até a Pedra Grande e acontecer o torneio programado. Havia muitas pessoas no pouso. Os competidores fizeram um briefing para determinar a prova. Como eram poucos, sentimos que faltava o Eliélsio Natal, piloto de Atibaia. Nada de
chegar. Todo mundo pensando “será que ele não virá, justo hoje!”. Passado um tempo, ele chega, na última hora, coloca a asa no caminhão, e eu lhe perguntei: O que aconteceu? Ele esbaforido respondeu: “Desculpa gente, atrasei um pouco porque estava casando, mas tudo bem, cheguei, vamos voar!” Álvaro Vulcano Jr., advogado, um dos pioneiros do Voo Livre em Atibaia
“O Voo Livre é um esporte cativante, quem começa a praticar não sai mais. É muito interessante observar a paisagem, de um outro ponto de vista. Nesses 20 anos no esporte, sobrevoando Atibaia, pude acompanhar o desenvolvimento da cidade. As mudanças, o crescimento, tudo visto de cima. É uma experiência única, um registro na memória visual que fica pra sempre.”
Dário Régoli, Secretário geral do CAVL (Clube Atibaiense de Voo Livre)

Atibaia se consolidou no cenário nacional e mundial do voo livre. A Pedra Grande está entre as maiores rampas naturais do mundo. Não há como não se deslumbrar com a vista lá de cima.

No Clube Atibaiense de Voo Livre você pode marcar um voo duplo e, quem sabe, tomar gosto e começar a ver o mundo por outro ângulo. O clube está na rua Comendador Jácomo Antônio La Selva, 99.
Agendamento: (11) 4402-7509 ou contato@cavl.esp.br – Atibaia.

Pela cidade inteira há sinalização para a estrada da Pedra Grande. Vale a pena subir até lá e curtir o clima desse esporte.