A Capela de Santa Cruz em Campinas é considerada o primeiro templo construído na então Freguesia de Nossa Senhora da Conceição. Datada do século XVIII, seu nome original é Capela da Congregação das Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena. Inicialmente, foi construída em madeira e, já no século XIX, em taipa de pilão com fachada no estilo arquitetônico neoclássico. Ao longo dos anos, a Capela de Santa Cruz foi reformada, mas em 1912, foi adaptada para abrigar o Externato São Domingos para moças, em regime de meia clausura, sob a direção de irmãs dominicanas.
Largo de Santa Cruz
No Largo de Santa Cruz, onde a capela se localiza, os tropeiros faziam suas paradas, no denominado “caminho dos pousos”, e ali ficavam para o descanso da tropa, seguindo, dias depois, para os sertões de Goiás e Mato Grosso. O Largo de Santa Cruz possuía algum comércio, uma cruz, algumas residências e também um lugar onde era montada a forca para as penas capitais. O caso mais emblemático foi o enforcamento e decapitação do escravo Elesbão. A história desse enforcamento virou até uma encenação com 150 atores, intitulada como “Auto de Elesbão”. Aqui, surgiram também os primeiros blocos carnavalescos que se concentravam no Largo e iam até o centro.
Em um tempo de tantas incertezas e isolamento, a Capela de Santa Cruz foi um dos pilares para o consolo dos antigos colonos de Campinas. Foi por meio dela que muitos conseguiram suportar todas as adversidades daqueles tempos em que a fé era o porto seguro e guia da população. Na maioria das vezes, os templos católicos e seus arredores eram o ponto principal dos encontros, das notícias, dos castigos, das festas etc.. E por todos esses valores históricos, materiais e imateriais, a preservação é caminho para que aa futuras gerações valorizem suas raízes.
Onde: Praça XV de Novembro – Cambuí – Campinas.
Assista o vídeo com a Rosa Maria Silveira, arquiteta e urbanista, colaboradora na revitalização da Capela.
