A construção da Igreja de São Benedito possui uma história de fé baseada na força de um escravo liberto. Tito de Camargo Andrade viveu no século XIX. Era curandeiro e devoto de São Benedito. Uma pessoa que entendia o poder da cura das plantas e conhecedor do uso de sanguessugas no tratamento de doenças. Por sua popularidade e sabedoria, Mestre Tito, como era conhecido, indicou o local para erigir uma igreja dedicada a São Benedito. No lugar escolhido por Mestre Tito havia um cemitério. Nele estavam sepultados o Cônego Melchior Fernandes Nunes de Camargo, também proprietário das fazendas “Saltinho”, e outros moradores locais.
Infelizmente, Tito não conseguiu ver a “sua” igreja construída, no entanto, Dona Ana de Campos da Paz Gonzaga, deu continuidade no desejo do escravo liberto e a inaugurou em 1885. Para tanto, foi contratado o ainda jovem arquiteto e engenheiro Ramos de Azevedo.
Um dos destaques do templo é o retrato de Mestre Tito ao lado do retrato de Dona Ana. No ano de 1897, em um anexo, foi construída a primeira escola para negros do país!
Por sua relevância, a Igreja foi tombada em 1998.
São Benedito
Um dos templos católicos mais difundidos no Brasil são as igrejas dedicadas a São Benedito. E não é para menos. Em uma sociedade que, entre os séculos XVI e XIX, a população negra era a maioria, e sendo São Benedito um santo negro, a relação de fé é óbvia. São Benedito nasceu na Sicília, em 1524, e morreu em Palermo, em 1589. Era filho de escravos e aos 21 anos ingressou como monge na ordem de São Francisco de Assis. Seguindo todos os protocolos e com extrema retidão, Benedito foi considerado por seus pares como “O iluminado pelo Espírito Santo”. Conhecido por suas profecias chegou a ser Superior de Mosteiro, mesmo sendo analfabeto. Foi canonizado em 1807, pelo Papa Pio VII.
Onde: Rua Cônego Cipião, 772 – Centro – Campinas.
